São Martinho, 31 de Agosto de 2024
A casa de infância sublimada. No jardim, cada recanto é um convite para ficar quieto a vislumbrar o espectáculo minucioso de bichos e de plantas. Dois ou três minutos em silêncio abrem as portas a um universo de pormenores tão belos que quase passam despercebidos. Lá ao fundo, os campos recheados, prontos a colher. E sinto que a meus pés começam lentamente a crescer raízes, que eu teimosamente arranco por estar demasiado envolvido nesta vida moderna de prazos e de reuniões. Mas pontualmente regresso a esta terra fértil de sonho e ilusão, e sinto novamente a tentação de ficar aqui para sempre com a mesma facilidade com que as crianças adormecem.
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Créditos Fotográficos: Pérgola, óleo sobre tela de Aurélia de Sousa, início do séc. XX. Ver aqui.