Porto, 03 de Janeiro de 2025
Imobilizado. O corpo rente a duas paredes altas que cortam a cidade ao meio. Abriu-se um pequeno carreiro, não largo o suficiente para nele caberem duas pessoas lado a lado. É aí onde estou, é neste abismo que separa dois mundos. Caminho de lado, os pés calcam um chão frio de cimento. Olho para cima e é a mesma monotonia que mete medo, a mesma ausência de qualquer coisa que captive. Nem a transparência do céu ou o escuro da noite consigo mais distinguir. Alguém deixou a luz acesa.
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